Enfim encontrou-se à beira de uma paixão, paixão daquelas que machucam, que arrancam suor e sangue. Vai ter história boa e ruim pra contar, fará um júri no quarto com as amigas, será motivo da falação.
Estranhos que visitaram
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
Minha insegurança era um ponto positivo para ela, chamei-a para um café e ela percebeu o quanto eu quis a impressionar, pobre de mim se ela confirmar que estou me apaixonando por ela.
Ceci tinha cheiro de melancia e usava preto naquela noite de frio, eu não me cansava de olhá-la nas luzes bonitas daquele café que eu fiz questão de levá-la. Ceci era encantadora, tinha um quê de ''amadureceu na infância'', era uma garota linda.
Quando eu digo ''linda'' é porque me apaixonava a cada momento por ela. Pelo cheiro de cabelo recém lavado, pelo jeito que ela coçava o nariz, pela rapidez ao repreender os cabelos, até quando ela me deixava falar, falar, falar até eu me sentir um perfeito idiota.
Eu queria poder dizer a ela o quanto ela estava me encantando e o quanto o tempo parecia correr quando ela estava ao meu lado.
Mas Ceci não gostava de mim como eu queria. Naquela noite, eu não queria lembrar disso.
Conheci alguns amigos de Ceci, cumprimentei a todos e enxugava o suor de minhas mãos no bolso da calça. Ceci conhecia muita gente, eu senti ciúmes de um dos caras que ela falou.
Ele parecia conseguir o cheiro dela e nem era uma despedida. Eu só podia sentir o cheiro que seu pescoço sussurrava quando eu a deixava em casa e ela dizia que eu era um ''fofo''.
Noites como a do café me faziam esperançoso e imbecil, eu era da friendzone. Mas eu estava disposto a parar com aquilo, muito bem, até que ela me mandasse um sms e eu corria para ela.
O elevador abriu e lá vem Ceci, fico a ponto de explodir e ela vai me abraçar agora. Pausa. É nessa ''pausa'' que meu amor por ela acontece, quando ela me abraça e eu sinto o cheiro dela, quando eu tenho ela pra mim.
Ela já se afastou.
Ceci começou a namorar um dos meus amigos, comecei a ter nojo de Ceci, eu queria matar Ceci e Eduardo. Ceci me tratava como o amigo gay. Eu podia ser o amigo gay para estar ao lado de Ceci.
Não quero saber de Ceci por hoje, Ceci me cortou novamente. Odeio Ceci.
Poxa, Ceci.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
Moço
Num tom de
desespero deixo essa mensagem pra você, solta no ar, vai ser entregue pelo
universo, passeará pelas estrelas, chegará fria com o vento gélido dessa noite.
Eu não sei quem você é, te imagino e desfaço porque não é justo te rotular, te
idealizar. Logo você que é tão único, marcado para me encontrar, para entrar na
minha vida. Olha, querido... ah,
desculpe! Não sei se você está preparado para ser chamado assim. Bem, você aí,
se receber essa mensagem, gostaria de saber onde você está. Te imagino num
engarrafamento, saindo de um cinema à noite com alguém que não vai responder
suas mensagens ou quem sabe bebendo um copo d’água antes de deitar.
A questão é
que você está demorando, você precisa me encontrar, rapaz. Ah, perdão! Ou será
um senhor? Será que está cobrindo sua garotinha e dizendo que ela precisa
obedecer mais? Ou está prendendo quem não escutou este conselho, quem sabe?
Sinto que temos um caminho longo pela frente e as estradas podem te confundir.
Seja forte e não desista. Me contaram que você vai sofrer, chorar por alguém
pensando que é amor. Não seja tolo, a gente ainda nem se viu. Te chamei de
‘’querido’’ mais cedo, é a certeza de que é ‘’você’’, o amor que está guardado
para nós, pouco a pouco, vem mudando o curso de nossas histórias. Mas cuidado,
você é livre, e isso tudo não é uma sentença, mas a vida seria mais fácil se
estivéssemos juntos, entende? Dizem que essa mensagem chegará ao seu ouvido em
forma de “vontade”.
Solteiros sentem um certo desejo repentino de encontrar
algo/alguém, alguns se enganam com chocolate. Mas olha, descobri que essa
vontade é um outro alguém chamando “nossa” alma. Você, em instantes, sentirá
isso. Talvez olhará as estrelas e vai me imaginar, vai querer me encontrar. Não
vai saber quem sou, nem conhecerá meu rosto, nem o cheiro da minha pele. Ah, eu
sei, eu sei! Imaginará, então, tudo que imagino.
Talvez um dia você queira
saber de onde veio minha ‘’vontade’’. E eu te direi que sou como o Japão, você
vai sorrir e talvez um dia entenderá que
o sol nasceu primeiro em mim, mas que eu não deixaria de te iluminar de jeito
algum. Talvez você seja meu vizinho, meu chefe, o presidente do país ao lado.
Eu não me importo, tome um banho, perfume-se, sorria e confie que eu vou te
reconhecer.
domingo, 13 de janeiro de 2013
Principado
Não precisei de nenhuma carruagem para
voltar para casa. Enfrentei, então, com muito medo o frio de uma noite
francesa, em meios a cestas de frutas podres, pedintes e bêbados, andei, queria
minha casa. Arrastava meu longo vestido que insistia em correr de minhas
mãos. Em alguns becos ouvia as notas de
um piano de uma viúva famosa do bairro. O piano gritava sua dor, acalmava
aquela solidão irmã gêmea da minha. Os paralelepípedos molhados, carruagens
próximas e eu ainda não havia me situado. Decidi parar em um bar, fui
confundida com moças da noite. Derramei mais vinho sobre meu vestido que se
encontrava podre neste momento.
Fui nomeada princesa por um lindo
príncipe. Fui sua bailarina na caixinha de música, dancei em seu lago, joguei
minhas tranças, dormi o sono profundo, dancei a valsa mais esperada com o
vestido mais desejado da cidade. Ele não me beijou, não me acordou para uma
vida dobrada. O chão começou a ter forma de raios e eu precisei imediatamente
sair daquele baile, mais uma magia havia se desfeito. Ele precisava selar
aquilo antes da minha vergonha chegar, mas ele não o fez. Senti náuseas, o
salão começou a rodar e eu só enxergava cachos, sussurros, vestidos, o anel de
vidro se quebrar. Eu havia esperado tanto pelo dia de hoje, ele arruinou. O príncipe
não me procurou com seu cavalo, nem tinha uma espada para se proteger. O
príncipe ficou bêbado e esqueceu-se da minha existência naquela festa, o
príncipe esquece-se de me apresentar à sociedade. O príncipe nunca me fez
princesa. Ficaria muito mais bonito usar palavras e elementos assim para
descrever o que Pedro fez comigo no último sábado. Troque carruagens por táxis,
o baile por um club, o príncipe por mais uma tentativa arruinada do mais novo
primeiro encontro. Voltei para casa bêbada, tropeçando nas ruas esburacadas da
grande Recife, dando “boa noite” ao porteiro, vomitando no elevador, dormindo
no sofá e sonhando com o príncipe que vive atrasado, que nunca chega, que é
sonho do bom.
Assinar:
Postagens (Atom)