Estranhos que visitaram

sexta-feira, 18 de junho de 2010

As reticências da vida.



Entender que acabou. Que as migalhas não estão no chão, que é melhor você ir embora, porque esse não é mais o seu lugar. Pare de lembrar-se dos beijos, e tudo que te remete à dor, não vai ajudar em nada. Fazer-se de coitado também não, esse rosto, esse jeito de quem perdeu não está te fazendo melhor, está te fazendo coitado. O amor está dilacerado, não é como antigamente: o amor tinha mais sorriso, melodia, cheiro e suavidade. Hoje ele vem com lágrimas, gritos, raiva. Fartou-se o amor, deu-se lugar ao medo de ficar sozinho e se encarar perante o fim do amor.
Não mais andar de mãos dadas, acariciando os dedos do bem-querer, nem esperar o riso que só entre nós havia a compreensão, se foi a sintonia dos pensamentos e as intimidades de um almoço de domingo, foi bom. Respirar o ar do novo e da vontade de fazer algo bom de novo, porque voltar não vai resolver, a estrada é longa e, às vezes, é necessário seguir só, deixar quem se ama ir, será que restou amor?
Pegar um papel em branco e escrever o novo roteiro da vida, um recomeço que sempre se espera, no fundo é sabido que o “pra sempre” não existe, “existe enquanto dura”. Se durou, existiu, fiquemos felizes por isso, existiu. Brindemos ao destino, ele nos leva à novas histórias, faça sua nova história, lavará tua alma e te dará novo rumo, alegria e vontade de viver. Somos auto-suficientes de sentimentos: quando ficamos tristes não há palavra amiga que te ponha de pé, quem te coloca é o teu próprio pensamento.
Dizer-te coisas lindas e tentar trazer-te de volta, só faria com que nos machucássemos mais, se é que seria possível. Mas eu descobri que posso dizer e fazer coisas lindas para uma pessoa que precisa muito de mim, do meu amor e carinho: eu. Eu necessito de mim, bem ou mal, triste ou feliz, não quero dizer que me basto, mas quero dizer que eu preciso valorizar o meu eu, e dar a mim a mesma importância que dei a você durante esse tempo todo. Eu não consigo concluir esse texto porque sempre chego ao ponto: isso tudo é um exercício da vida, em especial, a minha vida...

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